Quando
eu não tiver mais a capacidade de passar conhecimentos sobre a ética, a
preparação do próximo para o mundo do trabalho e do conhecimento, quando eu
não puder mais estimular meus semelhantes e alunos para o conhecimento dos
problemas do mundo presente e do amor, deixarei de seguir a profissão de
professor, porque não poderei mais amar nem manifestar-me enquanto professor. O
que desejo mesmo é aprimorar o educando como pessoa humana, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual, o pensamento
crítico e ensinar a seguir os bons exemplos da vida. Por esses e outro motivos
sempre que os cito em forma de escrita, acrescento o que diz Vicente Martins:
O
educando, no processo de formação escolar, tem necessidade de amar e
compreender. Da mesma forma, o professor, no exercício de seu magistério, tem
necessidade de ser amado e ser compreendido.
Assim,
a necessidade de amar do aluno e o desejo de ser amado do professor nunca andam
separados, são a base de uma relação fraterna e recíproca entre professor e
aluno.
Uma
criança quanto mais sente que é amada, mais disciplinada estará para receber a
ministração das aulas. Onde não há reciprocidade, isto é, o amor do aluno para
com o professor e do professor para com seu aluno, não assimilação ativa, não
há a razão de ser da educação escolar: o desenvolvimento do educando como
pessoa humana.
A
nova Lei de Diretrizes e Bases da da Educação Nacional
(LDB), a Lei 9.394, promulgada em 1996, trouxe as bases do
que venho denominando, nos meios acadêmicos, de Agapedia,
a Pedagogia do Amor.
É
a LDB que nos oferece os dois mais importantes princípios da Pedagogia do Amor:
o respeito à liberdade e o apreço à tolerância, que
são inspirados nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade
humana. Ambos têm por fim último o pleno desenvolvimento do educando, seu
preparo para o exercício da cidadania ativa e sua qualificação para as novas
ocupações no mundo do trabalho.
Na
educação infantil, a Pedagogia do Amor torna possível o cumprimento do
desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos
físico, psicológico, intelectual e social, na medida em que o processo didático
complementa a ação da família e da comunidade.
No
ensino fundamental, a Pedagogia do Amor se dá em dois momentos: no primeiro, no
desenvolvimento da capacidade de aprendizagem do educando, tendo em vista a
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores e,
no segundo momento, no fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de
solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.
No
ensino médio, a Pedagogia do Amor se manifesta na medida que nós, professores e
futuros professores, aprimoramos o educando como pessoa humana, incluindo a
formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento
crítico.
Na
educação superior, há lugar também para a Pedagogia do Amor. Ela se manifesta
no momento em que os professores estimulam o conhecimento dos problemas do
mundo presente, em particular, os nacionais e regionais. É a Agapedia que leva
os alunos à prestação de serviços especializados à comunidade e estabelece com
esta uma relação de reciprocidade.
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