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Distúrbios de Aprendizagem

Distúrbios de Aprendizagem


Aspectos Gerais

1 O que são Distúrbios de Aprendizagem?

Os distúrbios de aprendizagem podem ser encontrados em crianças, adolescentes e pessoas na fase adulta. Eles geram dificuldades que estão presentes no cotidiano da escola sendo enfrentadas por educadores e também pelos responsáveis e demais pessoas que convivem com indivíduos detentores desses problemas. Muitas vezes, crianças e adolescentes têm sua imagem denegrida por adjetivos como, por exemplo, preguiçosas e desinteressadas em função da falta de conhecimentos de seus educadores. Existe um grande número de professores que desconhecem os distúrbios de aprendizagem e não possuem as capacidades necessárias para lidar com eles, agindo de forma errônea na execução do seu trabalho. As próprias crianças são o alvo para explicar o fracasso escolar e as responsabilidades por não aprenderem são atribuídas a elas mesmas. Em muitos casos, é desenvolvida uma autoestima negativa e isso pode ser levado até a vida adulta. Além de prejudicar de forma particular essas crianças, ainda impede o desenvolvimento do processo de ensino de uma maneira geral, isentando o sistema de ensino de qualquer erro ou defasagem em sua qualidade. Para analisar as dificuldades de aprendizagem é preciso considerar o processo todo e não apenas a capacidade de quem aprende ou deixa de aprender. Sendo assim, é fundamental que os educadores, de maneira geral, conheçam os problemas mais comuns relacionados à aprendizagem para saber agir diante deles ou, ao menos, encaminhá-los a profissionais especializados.
Os distúrbios de aprendizagem não são caracterizados pela falta de inteligência, mas ao contrário. Muitas das pessoas que os possuem têm QI (Quociente de Inteligência) acima da média. Eles constituem deficiências reversíveis, tendo que receber atenção especial e formas de ensino apropriadas.
As deficiências no processo de aprendizagem podem ter diversas causas que afetam a capacidade dos indivíduos. Exemplos delas são problemas no aparelho auditivo ou na visão, conflitos no ambiente familiar, defasagem na qualidade do ensino, inadaptação ao método utilizado, aversão por determinada matéria, diferenças culturais, problemas sociais como a desnutrição, questões genéticas, ocorrência de acidentes e muitas outras.
Em função da grande quantidade de causas que podem ser atribuídas às dificuldades de aprendizagem, existem muitas crianças que são encaminhadas para tratamentos médicos e psicológicos desnecessariamente. Por isso, é preciso ter claro que o diagnóstico correto de um distúrbio de aprendizagem depende de uma série de procedimentos como o acompanhamento constante da criança, a análise de um especialista e condições adequadas de vida. Muitos dos problemas podem ser resolvidos facilmente e detectar a causa deles evita que a criança passe por situações mais difíceis e desconfortáveis sem que isso seja preciso.
Durante a leitura deste artigo serão abordadas as dificuldades encontradas na realização de atividades como a leitura, a escrita, a fala, funções motoras, raciocínio e habilidades matemáticas. Elas são percebidas, na maioria das vezes, no início do processo de aprendizagem, quando a criança passa a frequentar a escola e surgem diferenças no acompanhamento dos conteúdos com relação aos demais alunos da mesma faixa etária.
A aprendizagem pode ser compreendida como um processo que se realiza no interior do indivíduo e que provoca uma mudança de comportamento. Na sociedade atual, o conhecimento é de extrema importância e tem diferentes significados, atingindo o indivíduo, a família, o meio social, a escola e os educadores.
O sucesso escolar para as crianças evidencia o seu desempenho na atuação como aluno; para a família, o sucesso escolar dos filhos se traduz em êxito no cumprimento de seu papel como responsáveis e educadores e, para a escola, alunos com bom desempenho significam profissionais bem sucedidos no futuro.
Sendo assim, faz-se necessário que os distúrbios de aprendizagem sejam conhecidos por todos aqueles que rodeiam o processo educacional, para que seja possível uma atuação em conjunto capaz de trazer resultados efetivos. O que se nota, é que conforme os conteúdos vão aumentando o seu grau de dificuldade e o tempo vai passando, os obstáculos enfrentados pelas crianças também tendem apenas a aumentar, tornando o tratamento cada vez mais difícil e intensificando as demais questões enfrentadas pelos alunos.

1.2. Diferenças entre Dificuldades e Distúrbios de Aprendizagem
Existe uma ampla discussão entre autores e profissionais da área da educação com relação a esse assunto. No entanto, não há um consenso ou uma posição definida para o mesmo. Dessa forma, vamos adotar neste texto o princípio de que existem determinadas diferenças entre os termos “dificuldades” e “distúrbios” de aprendizagem.
O termo “dificuldades” pode ser usado para designar qualquer tipo de obstáculos encontrados pelos indivíduos no processo de ensino-aprendizagem. Eles podem ser das mais diversas ordens. Muitas vezes, os problemas não estão no aluno, mas ligados a elementos externos que o influenciam. Abaixo você pode ver exemplos de fatores que causam dificuldades na apreensão do conhecimento:

 Problemas sociais como a desnutrição

 Ausência de motivação

 Conflitos familiares

 Baixa qualidade do sono

 Diferenças culturais

Deficiências na estrutura da educação: salas superlotadas; professores mal remunerados, pouco treinados e sobrecarregados

 Material didático inadequado

 Inadequação metodológica

 Mudanças no padrão de exigências da escola

 Baixo QI (Quociente de Inteligência)

 Falta de interesse

 Problemas na visão

 Problemas na audição

 Problemas genéticos

 Comprometimentos neurológicos

 Problemas de ordem psicopedagógica.

Assim, pode-se perceber que, independente da natureza das causas, elas podem gerar dificuldades e até mesmo impedimentos nas capacidades de aprendizado dos indivíduos. Porém, durante este texto, o foco será dado aos Distúrbios de Aprendizagem. Eles também causam dificuldades no processo de aprendizagem, porém suas causas estão ligadas a características específicas dos indivíduos que refletem em dificuldades também específicas como será visto ao longo do texto. Abaixo você pode ver algumas características de pessoas que possuem Distúrbios de Aprendizagem:
Apresentam quociente de inteligência normal, muito próximo da normalidade ou até mesmo superior.
Não apresentam deficiências sensoriais, nem neurológicas significativas.
Possuem rendimento escolar insatisfatório em relação às demais pessoas que se encontram na mesma faixa etária.
Apresentam uma disfunção no sistema nervoso central.

Suas dificuldades são detectadas, na maioria das vezes, no início da alfabetização, quando a criança passa a frequentar a escola e nota-se suas diferenças de aprendizado em relação ao restante do grupo.
Têm dificuldades em um aspecto específico da aprendizagem (leitura, fala, escrita, matemática, raciocínio).
Ao contrário das dificuldades de aprendizagem, que podem estar ligadas a problemas externos ou a um conjunto de elementos, os distúrbios de aprendizagem estão mais vinculados ao próprio aluno independente de questões relacionadas, por exemplo, à estrutura geral da educação ou ao ambiente familiar e suas condições econômicas, atingindo a criança em nível individual. Essas questões podem influenciar de forma negativa a aprendizagem, mas não são determinantes nesses casos.
As características que devem ser observadas em crianças que possuem distúrbios de aprendizagem, são dificuldades específicas para a realização de atividades como a leitura, a escrita, a fala, o raciocínio e as habilidades matemáticas. Essas crianças precisam de atenção e tratamentos diferenciados como a ajuda de profissionais especializados, formas diferentes de ensino, escolas com recursos específicos, entre outras.
É preciso estar claro, como já foi dito anteriormente, que a confirmação de um diagnóstico de distúrbio de aprendizagem, depende de um conjunto de fatores e exames específicos. Crianças com dificuldades causadas por outros motivos podem ter seus problemas sanados quando inseridas em ambientes com qualidades diferenciadas de organização, ambientes saudáveis e profissionais capacitados.
As dificuldades de aprendizagem podem ser transitórias quando suas causas são tratadas ou eliminadas, enquanto os distúrbios permanecem pela vida toda, já que são disfunções do sistema nervoso central. Eles também podem e devem ser tratados, porém, essas ações representam alternativas para que as pessoas possam conviver de forma saudável com suas dificuldades e saber como superá-las e não constituem curas definitivas.
Dessa forma, a disfunção neurológica é uma característica fundamental para diferenciar uma criança com distúrbios de aprendizagem daquelas que apenas apresentam algumas dificuldades. Aqueles têm uma relação médica, o que explica o fato de apenas uma pequena parte da população que encontra dificuldades de aprendizagem, terem nos distúrbios as causas de seus problemas.

1.3. A Educação Infantil

A existência de uma educação infantil de qualidade é fundamental para todas as escolas que trabalham com esta faixa etária. É necessário que se tenha educadores prontos a superar qualquer espécie de problemas presentes em sua docência, pois, existem diversos tipos de alunos e, no caso dos que estamos tratando aqui neste texto, torna-se indispensável que todos os professores, mas principalmente os da área infantil, tenham conhecimentos sobre os distúrbios de aprendizagem. Para os pais de crianças com essas dificuldades, torna-se mais complicado reparar esses problemas sem o apoio da escola e de profissionais capacitados.
A escola e os pais devem caminhar sempre juntos, afinal é na instituição de ensino que a criança passa a maior parte do tempo e, por isso, ela também deve ter conhecimentos e ambientes específicos para pessoas que apresentam esses distúrbios, contando com profissionais também especializados no assunto. Ao perceber que o aluno encontra dificuldades no aprendizado, a escola deve avisar aos pais desde o início, para que se possa buscar um diagnóstico mais preciso. Caso o aluno continue apresentando os mesmos resultados, é necessário procurar psiquiatras infantis e pedagogos especializados no assunto. A criança precisará de todo o apoio possível, tanto da escola como em seu ambiente familiar.

• Os Distúrbios de Aprendizagem são causados por problemas no sistema nervoso central que geram dificuldades em áreas específicas da aprendizagem.
• Existem algumas diferenças entre o termo “dificuldades” e “distúrbios” de aprendizagem e elas devem ser consideradas quando este tema é abordado.
• Para lidar com os distúrbios de aprendizagem é preciso a ajuda de profissionais especializados.
• A maior parte dos distúrbios passam a ser percebidos quando as crianças começam a frequentar a escola e, por isso, é necessário que as mesmas estejam inseridas em instituições de ensino de qualidade capazes de ajudá-las.

Tipos de Distúrbios de Aprendizagem:
As pessoas que possuem distúrbios de aprendizagem, assim como todas as outras, têm capacidade menor para realizar determinadas atividades e uma afinidade e facilidade maior para outras. Essas dificuldades podem ser de diferentes naturezas e esse será o assunto tratado nesta unidade.
Os distúrbios de aprendizagem podem ser classificados em distúrbios de entrada ou saída. Os principais tipos de distúrbios e as diferentes implicações que eles têm na aprendizagem serão vistos a partir deste momento.
Classificação dos distúrbios:
2.1. Distúrbios de Entrada
Os distúrbios de entrada se caracterizam pelas informações chegadas ao cérebro que podem ser através do ouvido (entrada de audição) e da visão (entrada visual). E esse processo todo de entrada, é realizado no cérebro.
2.1.1. Distúrbios de Percepção Visual
O distúrbio de percepção visual não se caracteriza por pessoas quem têm dificuldades para enxergar em função de problemas como, por exemplo, a miopia e o astigmatismo. Nesse distúrbio, as duas características mais presentes são:
• Dificuldade em definir a posição e/ou forma do que se vê
• A entrada de informação pode ser recebida com letras ao contrário ou giradas
Essas características podem fazer com que a criança confunda letras semelhantes como o b com o d, o g com o q, o f com o v e outras variações de letras que possuem um som parecido na hora de se dizer alguma coisa como, por exemplo, em faca = vaca.
As crianças têm esses distúrbios detectados geralmente na fase em que estão começando a ler, escrever e copiar letras e desenhos. Algumas das dificuldades que elas costumam apresentar são:
• Leitura (trocam as linhas na hora da leitura, pulam palavras)
• Erros na avaliação de profundidade (esbarram o tempo todo nas coisas)
• Não conseguem entender direita e esquerda, em cima e em baixo
• Não conseguem determinar sua posição no espaço
• Não conseguem participar de atividades esportivas como pegar uma bola ou pular corda, por serem inseguras com as informações que recebem.
Essas dificuldades fazem com que a criança tenha uma limitação para fazer as coisas, pois ela não consegue determinar a sua posição no espaço, podendo se confundir em locais como campos abertos ou ginásios. Na hora de praticar algum esporte, por exemplo, ao jogar futebol, o cérebro dela vai precisar perceber a posição correta da bola e o seu trajeto e dizer para as partes do seu corpo exatamente o que elas precisam fazer.
A má percepção de distância ou de velocidade ou a fato de seu cérebro orientar o corpo de forma errônea, faz com que ela não alcance a bola de maneira alguma.
No momento de transmitir a informação, é encontrada uma dificuldade consideravelmente grande, pois a criança recebe uma informação que ultrapassa o seu objetivo ou não chega a ele, como o exemplo da bola.

2.1.2. Distúrbios de Percepção Auditiva
Assim como o distúrbio de percepção visual, este está ligado às dificuldades da leitura. A percepção auditiva consiste na transformação do som para uma informação. As pessoas com distúrbio de percepção auditiva, não conseguem fazer esta transformação com perfeição, pois o conteúdo que é recebido no cérebro chega distorcido, apresentando várias falhas como, por exemplo, a troca de palavras. Elas também não têm a capacidade de processar as entradas de som tão rápido como as outras pessoas, o que é conhecido como retardo auditivo. São características de pessoas com distúrbio de percepção auditiva:
Dificuldades em distinguir pequenas diferenças nos sons compreendendo a mensagem de forma incorreta. Exemplo: Confundir bala com bola.
Dificuldades com a relação figura e fundo. Exemplo: A criança está assistindo televisão num local em que há outras pessoas conversando. Alguém, em outro cômodo, chama a criança e começa a falar com ela. A mesma não consegue distinguir a voz, demorando para percebê-la. Essas crianças são vistas pelos pais e educadores como aquelas que nunca prestam atenção a nada do que lhe é dito.
Para lidar com pessoas que apresentam essas características, é preciso falar devagar, dar as instruções separadamente para que elas consigam acompanhar as mesmas, entre outros cuidados. Se as falas forem realizadas de forma rapida, provavelmente parte das informações serão perdidas.

2.1.3. Distúrbios de Integração
Esses problemas também constituem distúrbios de entrada, mas estão ligados a outros sentidos diferentes da visão e da audição. Quando as informações chegam ao cérebro, elas precisam ser compreendidas, o que se dá em dois momentos: a sequência e a abstração. As pessoas podem ter esse distúrbio em uma área ou outra ou, ainda, em ambas.
Distúrbios de Sequência
As crianças que apresentam esse distúrbio compreendem as informações transmitidas, mas não conseguem repetir suas sequências. Veja alguns exemplos abaixo:
Uma criança pode ouvir ou ler uma história, mas, na hora de recontá-la, pode inverter a ordem dos fatos discorrendo, primeiramente, sobre o final e depois ir para o início da história.
Nas operações matemáticas, os problemas são entendidos, mas, as ordens invertidas:
Exercício: 4 + 2 = ? Resposta dada pela criança: 4 + 6 = 2.
Pessoas com essas características também podem encontrar dificuldades com jogos de tabuleiro que exijam um movimento em sequência; ao colocar cada coisa em seu lugar arrumando uma mesa de jantar, ou, ainda, ao realizar a grafia de palavras, trocando a ordem das letras. Uma criança que tem dificuldade em dar sequência ao que é visto, tem um distúrbio de sequência visual e outra que tenha dificuldade em dar sequência ao que é ouvido, tem distúrbio de sequência auditiva.

Distúrbios de Abstração
A abstração diz respeito à capacidade de dar significados às coisas. Em crianças com distúrbios de abstração, e informação recebida é registrada e colocada na sequência correta. Porém, não se pode fazer relações com o conhecimento adquirido e nem significá-lo.
Exemplo: Um educador pode ler uma história sobre policiais e perguntar para a criança se ela conhece algum policial que seja da família ou alguém com quem tenha contato. Essa criança não tem capacidade para responder a esse questionamento, pois ela consegue falar apenas do policial da história de forma específica e não sobre esses profissionais de forma geral.

2.1.4. Distúrbios de Memória
Quando se recebe uma informação, além da mesma ter que ser registrada e compreendida, ela precisa ser arquivada para que possa ser usada em outros momentos, o que se dá através da memória. Existem dois tipos de memória: a memória a curto prazo e a memória a longo prazo.
A memória a curto prazo se refere a guardar uma informação no momento em que se concentra nela. Ela dura apenas minutos ou horas e faz com que seja possível continuar as atividades ou pensamentos no presente. Um exemplo que pode ser usado é quando alguém recebe um número de telefone. Certamente, ele poderá ser usado se a ligação for realizada dentro de pouco tempo, mas, será esquecido se a ligação é deixada para o dia seguinte ou depois.
Já a memória a longo prazo, refere-se ao processo em que a repetição de uma informação faz com que ela seja gravada ou arquivada. Esta memorização faz com que seja possível recordar-se rapidamente ao pensar nela ou levar um pouco mais de tempo, mas, ainda assim, ter a informação na memória. Como exemplo, pode-se pensar em como cada um lembra o endereço de suas respectivas casas, mas encontra mais dificuldades em lembrar o endereço de familiares ou amigos.
Crianças com distúrbios de memória, geralmente têm a sua memória de curto prazo afetada. Esses problemas também podem atingir de forma significativa o desempenho escolar. Muitas vezes são necessárias de 10 a 15 repetições para memorizar algo que uma criança sem este distúrbio o faria em 3 ou 5 repetições. No entanto, essas pessoas não possuem dificuldades na memória a longo prazo, podendo lembrar de determinados acontecimentos nos mínimos detalhes.

2.2. Distúrbios de Saída
Assim como determinadas pessoas encontram dificuldades na forma como recebem as informações, outras têm problemas no momento da saída de informações, ou seja, no momento de concretização do conhecimento adquirido.
Isso é percebido quando a criança realiza ações como escrever, desenhar, atividades motoras e outras. Quando essa dificuldade implica na escrita ou na fala, ela é chamada de Distúrbios de Saída de Linguagem e, quando se dá na realização de atividades musculares, é chamada de Distúrbios de Saída Motora.
2.2.1. Distúrbios de Linguagem

Os distúrbios de linguagem podem ser divididos em dois tipos: Distúrbio de Linguagem Espontânea e Distúrbio de Linguagem de Demanda.
Distúrbio de Linguagem Espontânea
A linguagem espontânea se dá quando o indivíduo inicia uma conversa através de um comentário, um cumprimento ou um questionamento. Nesta forma de comunicação, a pessoa que inicia a conversa escolhe o assunto que será tratado (provavelmente um do qual tenha conhecimento e facilidade para discorrer), usa o tempo necessário para organizar seus pensamentos e encontrar as melhores palavras para se expressar.
Porém, pessoas com distúrbio de aprendizagem espontânea, encontram dificuldades em realizar tal tarefa, não iniciando diálogos ou, então, o fazendo de forma inadequada.

Distúrbio de Linguagem de Demanda

Já a linguagem de demanda se dá quando alguém iniciou uma conversa e é preciso interagir. Pessoas que são portadoras deste distúrbio, geralmente não possuem dificuldade com a linguagem espontânea.
Na linguagem de demanda, a outra pessoa é quem estabelece a circunstância na qual você tem que se comunicar, de forma que não há tempo para organizar os pensamentos e encontrar as palavras adequadas, mas, ainda assim, é preciso responder de forma apropriada.
Pessoas com esses problemas costumam pedir para que a pergunta seja repetida, pois, dessa maneira, conseguem mais tempo para pensar na resposta. Quando são forçadas a dar uma resposta, o fazem de maneira confusa e é difícil acompanhá-las. Isso pode parecer contraditório, já que este mesmo indivíduo consegue falar perfeitamente em outros momentos como, por exemplo, quando inicia uma conversa.
Essas crianças podem ser vistas como preguiçosas pelos professores, afinal, falam normalmente através da linguagem espontânea e, quando são questionadas, dizem que não sabem ou simplesmente não respondem. Esse é o tipo de dificuldade que é detectada apenas quando se conhece minimamente os distúrbios, de onde nasce a importância de se ter profissionais capacitados para o processo de ensino-aprendizagem.

2.2.2 Distúrbios de Atividade Motora
Os distúrbios de atividade motora podem ser divididos em dois tipos: distúrbio de atividade motora grosseira e distúrbio de atividade motora fina.
O distúrbio de atividade motora grosseira é caracterizado pela dificuldade de usar grandes grupos musculares. Ele faz com que a criança seja desajeitada fazendo-a cair sobre as coisas ou enfrentar problemas para realizar atividades físicas como correr, escalar ou nadar.
Já o distúrbio de atividade motora fina, consiste na dificuldade de realizar tarefas que demandam que muitos músculos trabalhem juntos. Ele é percebido quando a criança começa a escrever. Ela apresenta uma incapacidade de fazer com que os músculos da mão dominante trabalhem em conjunto. A sua velocidade de escrever não consegue acompanhar o ritmo do seu pensamento, o que resulta em uma letra lenta e feia.
Escrever exige uma série de elementos que acabam passando despercebidos para as pessoas que não possuem tais dificuldades como a forma, o tamanho, o espaçamento e o posicionamento. Para crianças com distúrbios de atividade motora fina, esse processo é muito mais complicado.
A partir desse momento serão conhecidos os principais distúrbios de linguagem e de atividade motora, sendo que eles podem ser classificados como um e/ou outro.

 Dislexia
 Disgrafia
 Disortografia
 Afasia
 Disartria
 Discalculia
 Acalculia
 Apraxia
 Dispraxia
 Gagueira
 Déficit de atenção

A) Dislexia

A dislexia tem sido o distúrbio de maior incidência nas salas de aula. Ela reflete na dificuldade de aprendizagem na qual a capacidade de uma criança para ler ou escrever está abaixo do seu nível de inteligência. A mesma pode ser caracterizada como uma insuficiência para assimilar os símbolos gráficos da linguagem. Sua origem é congênita (nata) e hereditária e seus sintomas podem ser identificados logo na pré-escola em crianças que demoram para começar a falar ou trocam os sons das letras e têm dificuldades para aprender a ler e escrever.
Ela pode ser chamada de “a mãe dos transtornos de aprendizagem” porque foi a partir da identificação deste problema que se iniciou uma busca pelo conhecimento de todos os outros tipos de distúrbios existentes. Com o passar do tempo, surgiu a necessidade de estabelecer as diferenças entre os problemas na aprendizagem e, a partir de então, eles começaram a ser subdivididos e classificados. A dislexia também foi conhecida durante um grande período como “cegueira verbal congênita” devido às dificuldades para ler e escrever em pessoas que possuíam visão normal.
Esse distúrbio se dá em crianças com audição, visão e inteligência normais, que vivem em ambientes familiares saudáveis e possuem condições econômicas adequadas.
Assim, em casos de dislexia, as causas não podem ser atribuídas a questões emocionais, culturais ou instrucionais. Embora esses fatores tenham uma influência no desempenho de pessoas disléxicas, eles não são determinantes.
Nos indivíduos que não possuem dislexia, a área esquerda do cérebro é a responsável pela percepção e pela linguagem, subdividida em três partes: uma que processa fonemas, outra que analisa as palavras e a última que reconhece as palavras. Essas três partes trabalham em conjunto e dão capacidade para que os indivíduos aprendam a ler e escrever. A crianças conseguem realizar essa tarefa apenas quando reconhecem e processam fonemas, memorizando as letras e seus sons. Com o tempo e o desenvolvimento da criança na leitura e na escrita, sua memória permanente começa a
ser construída, o que faz com que ela reconheça as palavras com mais agilidade e sem grande esforço.


As crianças disléxicas possuem falhas nas conexões cerebrais. Elas podem contar apenas com a região do cérebro responsável por processar fonemas e sílabas, enquanto a área responsável pela análise de palavras, não exerce a sua função. Suas ligações cerebrais não incluem a área responsável pela identificação de palavras e, portanto, a criança não consegue reconhecer palavras que já tenha lido ou estudado. A leitura se torna um grande esforço para ela, pois toda palavra que ela lê aparenta ser nova e desconhecida. Para simplificar, pode-se dizer que a dislexia é causada por alterações nas áreas do cérebro responsáveis pelos sons da linguagem e do sistema que transforma o som em escrita.
Esse distúrbio é confundido com frequência com outros problemas de adaptação escolar como os atrasos de desenvolvimento e a deficiência mental ligeira, afinal, a criança disléxica tem dificuldades em compreender o que está escrito e de escrever o que está pensando. Quando tenta expressar-se no papel, o faz de maneira incorreta e o leitor não compreende as suas ideias. Abaixo você pode ver algumas das características mais encontradas por crianças que têm dislexia:
 Fraco desenvolvimento da atenção

 Falta de capacidade para brincar com outras crianças

 Atraso no desenvolvimento da fala e escrita

 Atraso no desenvolvimento visual

 Falta de coordenação motora

 Dificuldade em aprender rimas/canções

 Falta de interesse em livros impressos

 Dificuldade em acompanhar histórias

 Dificuldade com a memória imediata e a organização em geral

 A pronúncia ou a soletração de palavras monossilábicas é uma dificuldade evidente
 Inversão de palavras de maneira parcial ou total

Exemplo: A palavra “casa” é lida como “saca”.

 Inversão das letras e números

Exemplo: “p” por “b”; “3 por “5”

 Alteração na ortografia em função de alterações no processo auditivo

 Cometem erros na separação das palavras

 Dificuldades em distinguir esquerda e direita

 Alteração na sequência das letras que formam as sílabas e palavras

 Dificuldades na matemática

 Pobreza de vocabulário

 Escassez de conhecimentos prévios (memória de longo prazo)

 Falhas na elaboração de orações complexas e na redação espontânea

 Copiam as palavras de forma errada mesmo observando na lousa como são escritas.

Além disso, os disléxicos também sofrem com a falta de rapidez ao ler. Sua leitura é sem ritmo e, muitas vezes e com muito sacrifício, decodificam as palavras, mas não conseguem compreendê-las.
As características colocadas acima não são suficientes para se fechar um diagnóstico a respeito da dislexia, afinal, existem outros distúrbios de aprendizagem que também possuem elementos parecidos, no entanto, elas podem ser usadas como um ponto a partir do qual se é levado a procurar a ajuda de profissionais especializados e buscar formas de superação.
A dislexia é responsável por altos índices de repetência e abandono escolar. A ausência de conhecimentos dos professores contribui para uma evasão escolar e o agravamento dos problemas enfrentados pelas crianças. Essas são incompreendidas em seu fracasso e não valorizadas em suas tentativas vãs para superar suas dificuldades, desenvolvendo uma imagem negativa sobre si mesmas. A escola se torna um ambiente que causa ansiedade e as exigências dos pais e professores acabam se revertendo em comportamentos agressivos, inibições e outros.
As crianças disléxicas precisam olhar e ouvir atentamente, prestar atenção aos movimentos da mão enquanto escrevem e da boca quando falam para associar os fonemas aos seus sons e à sua escrita.
É recomendada a montagem de “manuais” de alfabetização apropriada para pessoas com essas dificuldades. Além disso, o sucesso escolar de um disléxico está baseado em uma terapia multisensorial (uso de todos os sentidos), sempre combinando atividades que motivem o uso da visão, da audição e do tato para ajudá-lo a ler e soletrar corretamente as palavras. Abaixo estão colocadas algumas atitudes que podem ajudar essas pessoas no processo de aprendizagem:
Usar folhas quadriculadas para matemática.
Usar letras com várias texturas.
Usar máscara para leitura de texto.
Evitar dizer que a criança é lenta, preguiçosa ou compará-la aos outros alunos da classe.
Não forçar a criança a ler em voz alta em classe a menos que demonstre desejo em fazê-lo.
Suas habilidades devem ser julgadas mais em suas respostas orais do que nas escritas.
Sempre que possível, a criança deve ser encorajada a repetir o que foi lhe dito para fazer, isto inclui mensagens. Sua própria voz é de muita ajuda para melhorar a memória.
Revisões devem ser frequentes e importantes.

Copiar do quadro é sempre um problema, tente evitar isso, ou dê-lhe mais tempo para fazê-lo.
Demonstre paciência, compreensão e amizade durante todo o tempo, principalmente quando você estiver ensinando a alunos que possam ser considerados disléxicos.
Ensine-a quando for ler palavras longas, a separá-las com uma linha a lápis.
Dê-lhes menos dever de casa e avalie a necessidade e aproveitamento desta tarefa.
Não risque de vermelho seus erros ou coloque lembretes como “você precisa estudar mais para melhorar”.
Procure não dar suas notas em voz alta para toda classe, isso a humilha e a faz infeliz.
Não a force a modificar sua escrita, ela sempre acha sua letra horrível e não gosta de vê-la no papel. A modulação da caligrafia é um processo longo. Use sempre uma linguagem clara e simples nas avaliações orais e principalmente nas escritas.
 Uma língua estrangeira é muito difícil para elas, faça suas avaliações sempre em termos de trabalhos e pesquisas.
Além do apoio da escola, as crianças precisam receber apoio em casa. Os pais e demais responsáveis devem ajudar a melhorar sua autoestima, oferecendo carinho, sendo compreensivos e elogiando a cada acerto alcançado e encorajando a realização de tarefas em que se saiam bem e que podem ser estimulantes. As crianças também devem ser ajudadas em seus trabalhos escolares e não se pode permitir que seus problemas escolares impliquem em mau comportamento ou falta de limites.
Para diagnosticar corretamente a dislexia, deve-se procurar a ajuda de profissionais como fonoaudiólogos, psicólogos, neurologistas e psicopedagogos. Não se espera encontrar todas as dificuldades numa única criança disléxica, mas a presença de pelo menos uma delas, associada às dificuldades de ler, pode fazer supor a existência de um quadro de dislexia. Os problemas podem ser avaliados através de um acompanhamento adequado e direcionado às condições de cada caso.
Faz-se necessário adequar métodos e materiais que atendam o desenvolvimento da criança, bem como o acompanhamento e a observação para que se conheça as particularidades de cada um considerando o seu tempo e a sua construção de saberes.
Para finalizar, é importante que se fale sobre o “dom da dislexia”. Quando um dislexo domina alguma coisa, ele a aprendeu tão bem que pode fazê-lo sem pensar sobre o que está fazendo. Dominar algo é realmente aprender algo. Se o processo de aprendizagem é o mesmo, então quando alguém dominou alguma coisa, esta pessoa criou conhecimento necessário para realizar aquela atividade.

B) Disgrafia
A disgrafia também é conhecida como “letra feia” porque as crianças que possuem esse tipo de distúrbio, apresentam uma escrita ilegível e lenta. Isso leva a um desempenho ruim na escola mesmo em alunos que possuem inteligência normal ou acima da média. Esse problema constitui uma deficiência na qualidade do traço gráfico, o que se reflete através de grandes dificuldades para escrever corretamente a linguagem falada.
A criança com disgrafia tem dificuldades em coordenar as informações visuais e na realização motora do ato de escrever. Alguém que tem apenas dificuldades para escrever, mas não apresenta problemas em outras atividades motoras, provavelmente não tem este distúrbio.
Existem dois tipos de disgrafia: a motora e a pura. A primeira atinge a maioria das crianças com este distúrbio e consiste na dificuldade em escrever palavras e números corretamente. A segunda é mais difícil de ser diagnosticada porque aparece quando a criança sofre algum trauma emocional e isso se reflete na sua letra. Existem alguns sinais que podem indicar as relações entre os problemas causados por este distúrbio e as condições emocionais da criança:

Letras pequenas demais podem indicar uma timidez excessiva.
Letras grandes demais podem indicar uma criança que necessita estar sempre no centro das atenções.
Letras feitas com muita força, que chegam a marcar as outras páginas do caderno, podem indicar que a criança esteja tensa.
No entanto, a disgrafia acontece também em crianças com capacidade intelectual normal, sem qualquer transtorno neurológico, sensorial, motor ou afetivo. Elas, ainda que tenham boas notas e facilidade de se expressar pela fala, não conseguem planejar os movimentos para conseguir o traçado da letra. Ao observarem os conteúdos de uma lousa ou um papel, não são capazes de reproduzir o que viram. Algumas das características mais encontradas em crianças com este tipo de distúrbio são:
Letras ilegíveis
Traços pouco precisos ou incontrolados
Falta de pressão nos traços ou pressão muito forte a ponto de marcar o papel
Letras distantes ou extremamente juntas
Omissão de letras
Dificuldade em manter uma frase na mesma linha
Dificuldade em recordar a grafia correta para representar um determinado som ouvido ou elaborado mentalmente
A criança escreve devagar, retocando cada letra, realizando de forma inadequada as uniões entre as letras ou amontoando-as para esconder os erros ortográficos.
A ortografia pode ser verificada como uma das dificuldades da disgrafia a partir do momento que se exige rapidez e um ritmo gráfico de uma criança que ainda não automatizou a relação som-letra. Nesse caso, a escrita das palavras é lenta e, na maioria das vezes, incompleta, porque o aluno tem certas dificuldades em recordar com rapidez qual a grafia para representar determinado som.
Todos os elementos anteriormente citados podem ser resumidos em três características básicas:

Má organização da página
Essa característica está ligada à orientação espacial, ou seja, a criança encontra dificuldades para organizar sua escrita numa folha de papel. O texto é apresentado de forma desordenada com margens mal feitas ou inexistentes, espaço entre palavras e linhas irregulares.

Má organização das letras
Incapacidade de seguir as regras caligráficas. O traçado é de má qualidade e os contornos das letras são deformados.

Formas e proporções
Refere-se ao grau de limpeza do traçado das letras, sua dimensão (muito grandes ou minúsculas), desorganização das formas e escrita alongada ou comprimida.
A disgrafia normalmente é observada um ou dois anos depois que a criança aprende a escrever. É comum que os professores demorem para perceber o problema, pois eles estão mais preocupados com o desenvolvimento intelectual dos alunos do que com o motor. Embora não se treine de forma efetiva a organização espacial das crianças, exige-se que elas tenham uma boa escrita, o que pode ser visto como uma problemática na educação infantil. O professor deve ficar atento às possíveis posturas inadequadas para poder corrigi-las o mais cedo possível e, junto com um profissional especializado, estabelecer estratégias de ajuda que favoreçam a qualidade do traçado gráfico.

Uma grande parte dos professores não conhecem os distúrbios ligados à aprendizagem e acabam julgando de forma errônea seus alunos ao dizer que eles não são caprichosos, são preguiçosos e pouco esforçados. Por esse e outros motivos, é preciso saber que o que diferencia uma letra sem capricho da disgrafia, é o fato de a criança ter também outras dificuldades motoras leves como problemas na hora de amarrar o sapato ou abotoar a camisa.
A idade mais indicada para se começar a tratar a disgrafia é a partir dos oito anos, quando a letra começa a se firmar. Quando não tratado, o distúrbio pode trazer problemas mais sérios na vida adulta, entre eles a dificuldade de comunicação. Em processos seletivos como vestibulares, por exemplo, é preciso escrever textos relativamente longos e tem-se pouco tempo disponível pra isso. Candidatos que sofrem com a disgrafia, já se apresentam em desvantagem na concorrência.
Além da antecedência, a disgrafia precisa ser superada através de tratamentos psicológicos e treinos motores. Sem a busca de um tratamento, a criança começa a se sentir atrasada em relação aos outros alunos e não compreende porque não consegue se expressar através das palavras no caderno. A finalidade dos tratamentos é fazer com que a criança atinja o domínio do gesto e do instrumento, a percepção e compreensão da imagem a reproduzir.
Algumas atitudes podem ser tomadas no sentido de minimizar os problemas causados pela disgrafia. Pode-se citar como exemplo exercícios como o ombro (como os realizados com o brinquedo “vai e vem”), para o cotovelo (como os realizados ao jogar peteca), para os punhos e mãos (como brincar com massinhas ou argilas e pintar com lápis de cor ou giz de cera).
Deve-se destacar ainda a importância dos esportes. Através deles é possível trabalhar a orientação espacial e a coordenação motora da criança. Brincadeiras como jogar vôlei, xadrez e peteca também podem ajudar na melhora da letra, já que fazem a criança usar as mãos e planejar os movimentos.
Não se pode descartar o papel que pais e professores têm nesse processo. Eles precisam estar cientes das capacidades motoras da criança e não exigir resultados que estão acima daqueles que ela pode apresentar num dado momento. É claro que não se pode esperar que o aluno desenvolva suas habilidades sozinho, mas sim estimular esse desenvolvimento através de práticas motoras baseadas em crescimentos graduais que exijam pouco a pouco mais rapidez e controle do ato motor.
O desenvolvimento do controle motor é uma característica básica para atingir a qualidade na escrita. Afinal, o ato de escrever mobiliza uma série de segmentos do corpo. Antes de se atingir o nível ideal de desenvolvimento motor, que permite a realização da escrita de forma rápida, precisa, legível e sem cansaço, a coordenação motora passa por diversos estágios. Em cada estágio um segmento do corpo realiza uma função até chegar o momento em que se atinge o controle total do ato de escrever, que é caracterizado pela fixação do cotovelo na mesa e a rápida movimentação dos dedos durante a escrita.
Além disso, não se pode esquecer que, independente da presença ou ausência de dificuldades das crianças na escrita, alguns fatores são fundamentais para qualquer pessoa que se proponha a escrever. Deve-se tomar cuidado e orientar as crianças para que tenham uma postura adequada na hora de sentar e pegar no lápis ou caneta e posicionar corretamente a folha de papel ou caderno em que se pretende escrever.
Para finalizar o assunto sobre a disgrafia, é preciso citar dois assuntos que, embora possam parecer básicos, são de extrema importância que sejam considerados: a caracterização do início da alfabetização e as peculiaridades pessoais dos traços gráficos ou da letra da cada um.
Quando começa a ser alfabetizada, é natural que as palavras da criança não saiam de forma perfeita no papel, afinal, ela está apenas começando a aprender. No entanto, se com o tempo e o treinamento em cadernos de caligrafia, a criança ainda estiver longe de escrever corretamente, é preciso que pais e educadores comecem a buscar as causas dessas dificuldades e procurem formas de superação.
Por último, não se pode esquecer também que o traçado gráfico é feito de características pessoais e, portanto, vai adotando peculiaridades individuais ao longo do desenvolvimento de cada um. Baseados nisso, responsáveis e professores não podem impor nenhum modelo de letra para os alunos, mas sim respeitar o seu grafismo desde que ele seja legível, claro e atinja o objetivo principal da escrita, que é a transmissão da linguagem oral com o máximo de eficiência sem o desprendimento de grandes esforços.

C) Disortografia
A disortografia também é um problema encontrado na linguagem, onde a criança apresenta dificuldades em realizar a escrita e a fala, lidar com todas as sinalizações gráficas e outros conhecimentos que as crianças da 2ª série do ensino fundamental I, já deveriam saber e ter total domínio.
Assim como outros distúrbios, a disortogragia também está ligada à dislexia e apresenta algumas características presentes em outros problemas, o que dificulta a identificação do tipo de distúrbio com o qual se está lidando. Por isso, é de extrema importância que os educadores tenham conhecimentos suficientes para exercer a profissão e trabalhar o desenvolvimento de seus alunos. Eles certamente precisarão observar de forma atenta as dificuldades das crianças para poder deixar os pais cientes e procurar a melhor maneira de dar o atendimento necessário para tais alunos durante o processo de ensino-aprendizagem.
Abaixo podem ser vistas algumas das características encontradas no cotidiano escolar de crianças disortográficas:
Troca de grafemas: Geralmente as trocas de grafemas (unidades gráficas) que representam fonemas homorgânicos (fonemas que têm a articulação realizada pelo mesmo órgão do aparelho responsável pela emissão de sons) acontecem por problemas de discriminação auditiva. Quando a criança troca fonemas na fala, a tendência é que ela escreva apresentando as mesmas trocas, mesmo que os fonemas não sejam auditivamente semelhantes.
Falta de vontade de escrever.
Dificuldade em perceber as sinalizações gráficas (parágrafos, travessão, pontuação e acentuação).
Dificuldade no uso de coordenação/subordinação das orações.
Aglutinação ou separação indevida das palavras.
Os pais de crianças com esses problemas precisam levá-las a médicos especializados para que possam ter orientações mais precisas do caso, podendo também ter o conhecimento se este distúrbio possui algum tipo de tratamento para diminuir as dificuldades. Existem alguns fatores que devem ser analisados no processo de verificação dos educadores:
Nível de escolaridade
Frequência dos erros e quais acontecem
A frequência de palavras no vocabulário
A frequência visual
Através dessas colocações, os educadores conseguem ter um diagnóstico mais preciso do distúrbio. Dessa forma, poderão realizar um trabalho eficiente, apresentando menos falhas quando comparados a educadores sem conhecimento algum sobre o assunto no geral.
Para lidar com a disortografia, além da importância do seu diagnóstico, é necessário ter o acompanhamento e a compreensão de todos os que convivem com as crianças, principalmente os membros da família, que constituem a base de sua infância.

D) Afasia
Este distúrbio também está ligado à linguagem e tem como principais características a perda das capacidades e habilidades da comunicação tanto escrita, como falada.
Ele está muito envolvido com a área da neurologia clínica, uma vez que pode originar-se de acontecimentos como acidentes vasculares cerebrais, infecções e outros, afetando, dessa forma, áreas específicas do cérebro responsáveis pela comunicação. De acordo com o local da lesão cerebral, são ocasionados tipos diferentes de alterações. Por isso, a afasia divide-se em quatro tipos:

Afasia de Broca
Afasia de Wernicke
Afasia de Condução
Afasia Global
Essa divisão se dá em função das diversas características que podem servir de base para identificar um caso de afasia. O fato de elas estarem divididas em tipos diferentes, possibilita aos profissionais da área médica uma maior facilidade para dar diagnósticos e encontrar o melhor tratamento.

Afasia de Broca
A Afasia de Broca, ou afasia não fluente, está ligada à área do cérebro humano responsável pelo processamento da linguagem, produção da fala e compreensão, que tem o nome broca. Ela causa algumas dificuldades como:
Na área de cálculos e escrita
Em reconhecer sons
Em articular os sons
Em encontrar as palavras adequadas para as situações. O indivíduo sempre utiliza a mesma palavra ou frase para diferentes situações de comunicação.
Como afeta uma região específica do cérebro, essa lesão poder ser identificada através de métodos de imagem como a TC (tomografia computadorizada) e a RM (ressonância magnética). O uso desses recursos pode revelar as possíveis lesões ou assimetrias no local.
Os indivíduos que possuem esse distúrbio, além de apresentarem as dificuldades citadas, ainda sofrem de fraqueza na hemiface, ou seja, não têm controle total de um dos lados da face. Isso faz com que seja difícil controlar, por exemplo, a abertura e o fechamento dos olhos.
Quando têm consciência de suas dificuldades, essas pessoas acabam ficando deprimidas com mais facilidade, pois a recuperação de parte da linguagem falada exige tempo. Esse processo pode demorar alguns meses até que o indivíduo seja capaz de realizar uma fala simples. É preciso estar claro que esse desenvolvimento também depende de cada um. Pode-se levar mais ou menos tempo para que se alcance falas abreviadas e, gradualmente, se tornar fluente.

Afasia de Wernicke
Este tipo de afasia é caracterizada com elementos opostos aos da afasia de broca, como você pode ver a seguir:
Fala fluente, mas com pouco sentido
Fala espontânea, mas de modo vago
Os indivíduos não conseguem perceber seu déficit
Recuperação mais difícil
Os pacientes geralmente por não perceberem o seu problema, acabam não apresentando fraquezas associadas a ele como, por exemplo, a fraqueza na hemiface ou a depressão.
Quando alguém conversa com um indivíduo que possui afasia de Wernicke, percebe que, de uma hora para a outra, o assunto não faz mais sentido, já que essas pessoas têm uma grande facilidade para fugir da temática em questão, além de terem uma fala muito fluente e substituir determinadas palavras por outras que não dão sentido algum ao que está sendo dito.

Afasia de Condução

A afasia de Condução é um distúrbio voltado para a compreensão. A fala é fluente e espontânea, mas existe, no entanto, uma incapacidade ao se repetir palavras, ocorrendo erros variados nas tentativas. É um tipo de afasia que não possui muitas características, pois a principal dificuldade causada por ela é a de se fazer repetições.

Afasia Global

Diferente dos demais tipos de Afasia, que apresentam algumas características negativas e outras que ainda podem ser consideradas positivas quando trabalhadas, a Afasia Global não têm limitações, apresentando todos os aspectos dos outros tipos de afasia em um único indivíduo:

Perca de compreensão
Perca da fala
Não consegue fazer leitura
Não consegue escrever
O indivíduo que possui esta afasia perde totalmente suas capacidades de linguagem. Geralmente, isso é causado por infarto no território da artéria cerebral ao lado esquerdo, ou seja, o paciente também pode apresentar paralisia em um determinado lado do corpo, sendo normalmente do lado direito, o que faz com que ele perca a força total desta região.
Este é considerado o tipo mais grave de afasia e, por isso, é muito voltado para a área da saúde. Quando não tratado, o paciente pode correr risco de vida. Isso não acontece em função do distúrbio, mas sim pelas consequências de ocorrência de infartos e a perda total de sentido de um dos lados do corpo.
Independente do tipo de afasia que um indivíduo possa ter, deve-se seguir algumas dicas:

Em função da dificuldade de compreensão, é preciso dar pistas, fazer repetições, apoiar e dar ordens curtas e objetivas para serem bem recebidas.
A reeducação das funções da fala e da linguagem é sempre válida e deve ser iniciada o quanto antes, melhorando, assim, o prognóstico.
É prioritário que a família se envolva com a recuperação, estimulando o afásico a buscar sempre a comunicação e jamais o isolamento.

E) Disartria

Esse distúrbio e causado por alterações dos mecanismos nervosos que coordenam os órgãos responsáveis pela fonação (processo que dá origem ao som articulado). Isso reflete na má coordenação dos músculos da fala. Assim como outros distúrbios, a disartria também pode ter origem em uma lesão no cerebelo (parte do cérebro mais responsável pela coordenação das sequências dos movimentos e do controle do equilíbrio e da postura).
Lesões que causam a disartria podem nascer com os indivíduos ou serem provocadas no decorrer de suas vidas. O uso abusivo e prolongado de bebidas alcoólicas, acidentes vasculares cerebrais, tumores, esclerose múltipla, ingestão crônica de certas substâncias químicas, características hereditárias e outras, são exemplos de elementos que podem provocar a disartria independente da faixa etária das pessoas.
Algumas das características encontradas em pessoas que possuem disartria são:
Fala pastosa
Falta de controle no volume da voz
Exagero nos movimentos dos músculos dos lábios e do maxilar ao falar
Alteração no controle da deglutição
Dificuldade na conexão de sílabas e palavras.
Além das características anteriormente citadas, este distúrbio também pode ser evidenciado através de alguns sintomas físicos observados no organismo das pessoas disártricas:
 Taquicardia
 Palpitação
 Sangramento nasal
 Tosse
 Respiração pela boca
 Coriza
 Boca seca
 Dor no peito
 Dor abdominal
 Bocejo
 Incontinência ou retenção urinária
 Dor de cabeça
 Fadiga
 Desmaios
Para lidar com a disartria, é preciso submeter-se a tratamentos fonoaudiólogos adequados que podem compensar as dificuldades encontradas pelas pessoas que a possuem. O objetivo dos tratamentos deve ser a coordenação global do paciente, considerando sua articulação e passando por melhoras graduais através da correção respiratória, da modificação da emissão sonora e da adequação da ressonância (prolongação dos sons).
A criança disártrica costuma reclamar de que tem que fazer grandes esforços para obter ar suficiente para falar. O tratamento, nesses casos, deve incluir a melhora da respiração através do trabalho dos músculos do tronco, reforçando-os através de fisioterapias e aumentando a capacidade geral de esforço do paciente.
F) Discalculia
A discalculia está ligada às dificuldades com as habilidades matemáticas. As crianças são capazes de compreender as lições transmitidas, mas quando tentam colocar em prática o que aprenderam, acabam trocando e invertendo as ordens das operações.
Pessoas com discalculia não apresentam problemas fonológicos, mas encontram dificuldades em:
Visualizar conjuntos de objetos dentro de um conjunto maior.
Conservar a quantidade .
Exemplo: Não compreenderm que 1kg é igual a quatro pacotes de 250 g
Os sinais de soma, multiplicação e os demais.

Sequenciar números, como, por exemplo, o que vem antes do 11 e depois do 15 (antecessor e sucessor).
 Classificar números.
 Dificuldade na memória de trabalho.
 Dificuldade de memória em tarefas não-verbais.
 Dificuldade na soletração de não-palavras (tarefa de escrita).
 Dificuldade na memória de trabalho que implica contagem.
 Dificuldade nas habilidades viso-espaciais.
 Dificuldade nas habilidades psicomotoras e perceptivo-táteis.
 Montar operações.
 Contar através dos números cardinais e ordinais.
 Estabelecer correspondência um a um: não relaciona o número de alunos de uma sala à quantidade de carteiras.
Este problema pode ser dividido em diversos tipos, como é explicitado abaixo:
1. Discalculia Verbal - Dificuldade para nomear as quantidades matemáticas, os números, os termos, os símbolos e as relações.
2. Discalculia Practognóstica - Dificuldade para enumerar, comparar e manipular objetos reais ou em imagens matematicamente.
3. Discalculia Léxica - Dificuldades na leitura de símbolos matemáticos.
4. Discalculia Gráfica - Dificuldades na escrita de símbolos matemáticos.
5. Discalculia Ideognóstica – Dificuldades em fazer operações mentais e na compreensão de conceitos matemáticos.
6. Discalculia Operacional - Dificuldades na execução de operações e cálculos numéricos.
A discalculia pode comprometer o desenvolvimento escolar das crianças de forma global apesar de ser caracterizada por algumas incapacidades na área da matemática. No entanto, ela faz com que o aluno fique confuso e com medo de novas situações, tenha baixo altoestima em função de críticas e punições de pais, professores e colegas. Ao crescer, o mesmo vai continuar encontrando dificuldade para usar a matemática em simples situações colocadas pelo cotidiano.
Indivíduos com discalculia, também necessitam da compreensão de todas as pessoas que convivem próximas a elas, pois encontram grandes dificuldades, até mesmo nas coisas óbvias.
Tome cuidado para não caracterizar qualquer problema relacionado à matemática como discalculia. Muitas vezes, as crianças não gostam de matemática por não terem afinidade com a disciplina ou, ainda, por questões como inadaptações ao ensino da escola ou ao método utilizado pelo professor. Deve-se analisar todos os motivos possíveis de forma adequada e cuidadosa antes de dar um diagnóstico.

G) Acalculia
A acalculia também é uma dificuldade relacionada às habilidades matemáticas e está diretamente ligada à discalculia. A criança não tem dificuldade com elementos como a contagem, mas sim em como relaciona isso com o mundo que a cerca. A acalculia ocorre quando o indivíduo, após sofrer lesão cerebral, como um acidente vascular cerebral ou um traumatismo crânio-encefálico, perde as habilidades matemáticas já adquiridas. A perda ocorre em níveis variados para realização de cálculos matemáticos.

H) Apraxias
A apraxia é uma incapacidade de se realizar atividades motoras a partir de um comando ou de uma imitação. Isso pode ser causado pela ausência de sensibilidade ou até mesmo de força muscular. Esse distúrbio também pode ser chamado de afasia aferente por apresentar algumas características ligadas à afasia.
A apraxia está dividida em três tipos diferentes, sendo eles:
• Ideomotora
• Ideatória
• Construtiva

Apraxia Ideomotora
Ela pode ter como causa a lesão em duas partes do cérebro: o fascículo arqueado e a porção anterior do corpo caloso. Ela provoca dificuldades como a de se realizar atos motores motivados por comandos verbais. Ainda que esse seja um ato espontâneo para o ser humano, para o apráxico, constitui uma tarefa bastante complexa.
Ap ra x ia Id ea tó ri a
É a incapacidade de realizar movimentos sequenciais na realização de um ato, embora os movimentos de forma separada sejam realizados com facilidade.
Apraxia Construtiva
A apraxia construtiva, assim como o distúrbio de percepção visual e atividade motora, apresenta-se na incapacidade de reprodução ou cópia de um modelo visual. Ela também é causada por lesões localizadas no cérebro, como nas parietais do lado direito.

O indivíduo também pode ter, ao mesmo tempo, lesões do lado esquerdo, o que ocasiona em quadros mais intensos.
I) Dispraxia
A dispraxia é a incapacidade de executar movimentos voluntariamente na ausência de alterações motoras. Esse déficit também é conhecido como “síndrome da criança desajeitada”. Ele implica em problemas neurológicos que causam dificuldade de planejamento de qualquer sequência de movimentos coordenados, tendo como, por exemplo, amarrar os sapatos.
Uma criança com dispraxia, além de ter dificuldades ao amarrar um tênis, também apresenta déficit na escrita, não conseguindo ter um bom rendimento na escola. Ela não consegue acompanhar o aprendizado em sala de aula. Por isso, sempre é importante que as crianças ao apresentarem sintomas parecidos a estes, tenham alguns diagnósticos. Os pais devem perguntar aos educadores sobre seus desempenhos e procurar ter o acompanhamento de um especialista no assunto.
Algumas características que podem ser encontradas nas crianças são:
Irritação e problemas na alimentação.
Lerdeza no desenvolvimento de atingir metas.
Evitam tarefas que exigem destreza manual.
Incapacidade de ficar quieto (balançando os pés, batendo os pés, etc.).
Voz estridente.
Temperamento alterado.
Caiem e batem em objetos por nada.
Derramam bebidas frequentemente.
Preferem comer com os dedos e se sujam muito ao comer (comparando com crianças da mesma idade).
Falta de criatividade.
Pouca concentração.
Dificuldades de adaptação às rotinas da escola.
Dificuldade na educação física em comparação com as outras crianças.
Caligrafia ruim.
Dificuldade na coordenação motora.
Não conseguir amarrar o tênis.
Lerdeza nos trabalhos escolares.
Dificuldade em dormir.
Essas são algumas das características presentes nos portadores de dispraxia. O distúrbio pode ser encontrado em qualquer fase da vida, pois sua causa é a imaturidade no desenvolvimento dos neurônios ou a ocorrência de traumas, doenças e lesões cerebrais ao longo da vida.
J) Gagueira
Ainda hoje não se sabe ao certo quais são as causas da gagueira. Ela é um distúrbio ligado às dificuldades da fala e pode prejudicar o cotidiano daqueles que a possuem. Devido à sua incidência, ás dificuldade que pode causar na aprendizagem e à importância de saber como lidar com ela, julgou-se relevante abordá-la neste material.
Esse distúrbio é caracterizado por uma fala que envolve bloqueios, hesitações, prolongamentos e repetição de sons, sílabas e palavras. A fala também pode ser acompanhada de tensão muscular, piscar de olhos, irregularidades na respiração e caretas. As crianças sentem grande dificuldade para achar o que será dito, fazendo repetições de palavras até encontrarem uma saída.
Algumas de suas possíveis causas são:
• Genética/Hereditariedade
• Alterações cerebrais
• Prematuridade
• Distúrbio no sistema nervoso central
• Freio da língua muito curto
• Traumas de nascimento
• Infecções
• Problemas emocionais
As crianças com gagueira devem ser reconhecidas e aceitas como normais. Não se pode humilhar ou criticar uma criança por falar dessa maneira, afinal ela não tem conhecimento acerca da causa do seu erro e, atitudes como essas, apenas a deixa mais nervosa, aumentando a sua dificuldade de fala. Portanto, é preciso manter a crianças em boas condições físicas, ambientes familiares saudáveis e com bons exemplos de fala. É importante que elas desenvolvam sua autoconfiança, através do destaque de suas aptidões e da minimização de suas deficiências.
A fala é uma das coisas mais esperadas pelos pais de crianças pequenas, independente de quantos filhos eles já tenham, essa expectativa sempre existe. Por isso, eles sempre ficam repetindo palavras o tempo todo e, conforme o tempo vai passando, começam a fazer isso com frases maiores. Assim, as palavras vão sendo gradualmente juntadas e cada passo é motivo de felicidade para os pais e demais familiares ou responsáveis.
Diante dessa empolgação, os pais podem perceber determinadas falhas na fala de seus filhos. No entanto, a maior parte deles, demora para procurar a ajuda e opinião de especialistas no assunto. Eles sempre tendem a buscar uma causa muito depois do começo da gagueira e, até este momento, criam desculpas para si mesmos acreditando que seja apenas uma fase ou algo normal nas crianças pequenas. Esse comportamento apenas dificulta a aplicação de técnicas capazes de auxiliar no desenvolvimento dessas crianças. As características da gagueira complicam-se com o passar do tempo, pois o sujeito acaba se adaptando ao seu modo de falar, embora nunca esteja satisfeito consigo mesmo por não ser capaz de participar de uma conversa por mais simples que ela possa parecer.
Os professores também têm um papel de suma importância no desenvolvimento das crianças com gagueira. Eles podem agir em sala de aula através de ações como aceitar a criança e manter uma postura objetiva em relação ao seu problema; eliminar ao máximo as dificuldades e interrupções da criança e motivar as demais a fazerem isso também; criar um ambiente calmo e sereno evitando tensões; evitar falas rápidas; dando ênfase às habilidades que ela possui; encorajando-a a falar, mas nunca forçando-a e de muitas outras formas.
Existem determinadas terapias usadas no tratamento da gagueira. Algumas delas estão dispostas a seguir.
Terapias da gagueira
A terapia é algo que ajuda o paciente a diminuir aquilo em que ele apresenta dificuldades, no caso da gagueira, a fala. Existem diversos tipos de terapia para este distúrbio. Abaixo estão descritas algumas técnicas:
Técnica “Sombreananto”:
Na aplicação desta técnica, faz-se uma gravação com a voz de alguém e o detentor de gagueira a escuta através de fones de ouvido. Ele tem que repetir imediatamente o que escuta em voz baixa, de modo que escuta e fala quase ao mesmo tempo. Isso permite que ele alcance a fluência através da repetição.
Técnica “Feedback auditivo retardado” (FAR):
Essa técnica se dá através de um gravador magnético onde é possível, com uma aplicação conveniente, levar o paciente a ouvir a própria voz, através de fones de ouvido, cerca de 1/5 (um quinto) de segundos após haver falado.
“Terapia da silabação”:
Aqui o paciente aprende a empregar o mesmo tempo e a mesma tonicidade em cada sílaba. Por exemplo: “Meu nome é Jonathan” poderia ser transformado em “Meu no me é Jo na than”, o que aparenta ser mais fácil na aprendizagem e muitos pacientes ao praticarem, acabam deixando a fala natural.
Técnica “metrônomo eletrônico”:
O paciente recebe um sinal através de um fone no ouvido, que pode ter a sua velocidade controlada. O mesmo precisa aprender a harmonizar o ritmo da sua fala com o sinal do instrumento.
O tratamento para crianças pequenas possui técnicas específicas e deve-se procurar por profissionais capacitados que saibam lidar com elas. Normalmente, esse processo deve começar por volta dos cinco anos de idade, antes da entrada para a escola.
Os pais de demais familiares devem aprender a não demonstrar nenhuma reação com relação à forma de falar da criança. Dizer frases como “não tenha pressa” ou “respire fundo” pode fazer com que a criança perceba o seu próprio problema e inibir a sua vontade de praticar a fala. Para que ela se sinta livre para gaguejar, é preciso eliminar a pressão. Também não se pode esquecer que a melhora da gagueira é um processo e, portanto, não se pode ter pressa, mas sim permitir que ela melhore gradualmente.

L) D é fi c i t d e A t en çã o
Conhecida também como TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), esse distúrbio é caracterizado, principalmente, pela desatenção, pela agitação e pela impulsividade. Crianças hiperativas são capazes de aprender, mas encontram dificuldades no desempenho escolar devido ao impacto que seus sintomas causam.
Para essas crianças, concentrar-se é algo complicado. Elas se distraem com facilidade, esquecem de suas obrigações, perdem e esquecem objetos com frequência, têm dificuldades em seguir instruções e se organizarem, falam de maneira excessiva a ponto de não serem capazes de esperar a sua vez, o que as leva a responderem perguntas antes mesmo delas serem concluídas.
A hiperatividade também pode ser caracterizada por um descontrole motor acentuado, que faz com que as crianças tenham movimentos bruscos e inadequados, mudanças de humor e instabilidade afetiva.
O distúrbio está ligado à produção de neurotransmissores (substâncias produzidas no sistema nervoso central responsáveis pela regulação do mesmo). Todos os seres humanos possuem uma área no cérebro que desenvolve o equilíbrio entre a percepção, a estimulação ambiental e a capacidade de resposta do cérebro a tudo isso. Quando ocorre uma deficiência nesse processo como, por exemplo, na produção de substâncias como a dopamina, é gerada uma falta de equilíbrio nesse sistema. Daí origina-se o TDAH.
A hiperatividade costuma melhorar ou até mesmo desaparecer em grande parte das crianças quando elas atingem a puberdade, embora, em alguns casos, possa continuar na adolescência e na vida adulta. Existem algumas crianças que possuem maior propensão a ter estes problemas como os filhos de pais hiperativos, irmãos de pessoas hiperativas e os irmãos gêmeos.
Além da deficiência na produção de neurotransmissores, a hiperatividade também pode ser causada por outros motivos como a ansiedade, frustrações, depressões, criação imprópria e outros.
O TDAH afeta as crianças na escola, no ambiente familiar, na comunidade e também pode prejudicar o seu relacionamento com professores, colegas e familiares. Os sintomas mais encontrados podem ser divididos entre desatenção e hiperatividade/impulsividade e, muitas vezes, também pode haver uma mistura entre os dois.
Hiperatividade/Impulsividade

Dificuldade para se manter parada ou sentada.
Corre sem destino ou sobe excessivamente nas coisas.
Inquietação, mexendo com as mãos e/ou pés, ou se remexendo na cadeira.
Age como se fosse movida a motor, é “elétrica”.
Fala excessivamente.
Dificuldade em engajar-se numa atividade silenciosamente.
Responde a perguntas antes mesmo de serem formuladas totalmente.
Interrompe frequentemente as conversas e atividades alheias.
Dificuldade em esperar sua vez em filas e brincadeiras.

Corre sem destino ou sobe excessivamente nas coisas.

Desatenção
Não sabe onde colocou as coisas.
Dificuldade em manter a atenção.
Distrai-se com facilidade.
Parece não ouvir.
Não enxerga detalhes ou comete erros por falta de cuidado.
Dificuldade em seguir instruções.
Não gosta e evita tarefas que exigem um esforço mental prolongado.
Dificuldade de organização.
Frequentemente perde ou esquece objetos necessários.
Esquece rapidamente o que aprende.
Existem ainda algumas crianças que apresentam algumas características ligadas a esse distúrbio, mas em quantidade insuficiente para que se possa realizar um diagnóstico completo. No entanto, essas características são capazes de desequilibrar a vida diária. Além dos sintomas citados, pode-se considerar:

Choros inexplicáveis nos primeiros meses
Baixa autoestima
Depressões frequentes
Caligrafia de difícil entendimento
Mudanças rápidas de interesse (começam várias coisas e não terminam)
Dificuldades de relacionamento
Existem estágios avançados e reduzidos desse distúrbio. Para cada um deles há um tratamento diferenciado. Em estágios avançados, especialistas indicam o uso de medicações. Em outros, simples programas de modificação do comportamento são capazes de diminuir o nível de atividade ou desatenção.
Para diagnosticar o TDAH, os sintomas devem interferir de forma significativa na vida da criança através de um comportamento crônico que se repita em diferentes ambientes, por exemplo.
Esse diagnóstico precisa passar por uma ampla avaliação. Afinal, alguns dos sintomas também podem ser indicadores de outros tipos de distúrbios. O importante é que seja feito um histórico cuidadoso onde são incluídos dados recolhidos de professores, pais e outros adultos que tenham contato com a criança avaliada. A avaliação também deve contar com um levantamento do funcionamento intelectual, social, emocional, acadêmico e médico obtidos com a ajuda de profissionais como o neuropediatra e outros capazes de realizar testes psicológicos e neurológicos.
A hiperatividade normalmente aparece na primeira infância e atinge uma parcela pequena da população, independente do grau de inteligência, o nível de escolaridade ou a classe social.
O tratamento de crianças com TDAH demanda a intervenção psicológica, pedagógica e médica. Uma abordagem que envolva todas essas áreas do conhecimento origina um processo de treinamento dos pais para controlar o comportamento dos filhos, um programa pedagógico adequado e possíveis medicamentos. Existem diversos programas para pais de crianças com TDAH, bem como uma diversidade de vídeos e outros materiais com dados a respeito das dificuldades e estratégias efetivas que podem ser usadas no ambiente familiar.
Os pais devem recompensar as crianças quando se comportam de forma adequada. Elas precisam de respostas imediatas, frequentes, previsíveis e coerentes aplicadas ao seu comportamento. Além disso, também necessitam de mais tentativas para aprender. Quando conseguem terminar uma tarefa ou outros tipos de atividades, devem ser recompensadas.
Os professores e a escola também possuem um papel essencial no desenvolvimento das crianças. O sucesso da sala de aula pode exigir uma série de intervenções. A maior parte das crianças hiperativas podem continuar na classe regular com pequenas adaptações no ambiente estrutural como a modificação do currículo e estratégias adequadas. Apenas crianças com problemas muito mais sérios podem exigir salas de aula especiais.
Alguns alunos com TDAH precisam ter algo em mãos para dar um foco para a sua atenção. Também pode ser efetivo combinar algo que passe despercebido (como música de fundo), circular pela sala e a proximidade física para controlar e avisar os alunos (mãos no ombro, contato de olhar, toque na carteira).
Além disso, também se pode criar opções de atividades para os alunos que terminam seus deveres mais cedo para evitar problemas como o tédio. Nesse processo, é de extrema importância que se tenha cuidado para não pedir que eles façam trabalhos que não sejam capazes de realizar com êxito, pois isso pode gerar frustrações.

Deve-se certificar que as atividades são estimulantes e que os alunos compreendem a lição, através de técnicas eficientes e providenciando, ainda, oportunidades para que essas crianças possam se mover dentro da sala de aula nos intervalos entre as atividades.

2.4 Outras origens das dificuldades de aprendizagem
Existem dificuldades de aprendizagem que são causadas por motivos diferentes daquelas que têm sua origem nos distúrbios que foram discutidos até o momento. Como foi dito anteriormente, uma das principais características dos distúrbios de aprendizagem é o fato de eles provocarem dificuldades para a realização de atividades específicas, como a de leitura ou a de escrita. No entanto, elementos como o Autismo, a Síndrome de Down, a Deficiência Mental, a Síndrome de Asperger e outros, também causam dificuldades no processo de ensino-aprendizagem para aqueles que os possuem. Eles não implicam apenas em dificuldades específicas como, por exemplo, a compreensão da matemática, mas tornam difícil todo o processo de aprendizagem, independente da área em que se aplica, ou seja, implicam em dificuldades globais. A seguir, serão descritos alguns desses elementos.

2.4.1. Autismo
O autismo é uma desordem global que causa reações como, por exemplo, o não desenvolvimento normal da inteligência. Isso ocasiona na dificuldade de desenvolver relações sociais normais e em comportamentos compulsivos e ritualísticos. Embora algumas pessoas tenham inteligência e fala intacta, outras possuem sérios retardos em seu desenvolvimento da linguagem.
Existem alguns mitos que envolvem o autismo como o de que pessoas autistas vivem em seus próprios mundos, fechadas para as outras pessoas e interagindo apenas com o ambiente por elas criado. Essa crença se deve ao simples fato desses indivíduos encontrarem dificuldades para se comunicar, não conseguindo iniciar, manter ou terminar uma simples conversa.



Algumas características que podem ser encontradas em indivíduos com autismo:



• Dificuldade de relacionamento com outras pessoas
• Riso inapropriado
• Pouco ou nenhum contato visual
• Insensibilidade à dor
• Preferência pela solidão
• Ausência de respostas aos métodos normais de ensino
• Insistência em repetição
• Resistência à mudança de rotina
• Não têm real medo de perigo
• Repetem palavras ou frases em lugar da linguagem normal (Ecolalia)
• Recusam colo ou carinhos
• Agem como se estivessem surdos
• Demonstram extrema aflição sem razão aparente
• Habilidade motora irregular
Essas são características possíveis de serem encontradas em pessoas autistas, porém, é preciso lembrar que elas nem sempre se manifestam da mesma forma em todos os indivíduos, podendo sofrer variações. Elas também podem ser diferentes de acordo com a faixa etária, de onde surge a importância da ajuda de especialistas para o diagnóstico e o aconselhamento sobre as maneiras adequadas de lidar com o autismo.
Os exames para detectá-lo são realizados em clínicas especializadas. Pode ser necessária uma série de testes como, por exemplo, os auditivos, os que detectam alergias alimentares e outros essenciais para a elaboração de um diagnóstico preciso. Os tratamentos variam de caso a caso de acordo com as necessidades de cada um e seu respectivo quadro clínico.
Normalmente, os autistas têm uma expectativa de vida alta quando comparados à média da população. Porém, os transtornos causados nessas pessoas estão presentes o tempo todo e não há possibilidades de alterar esse quadro, mas apenas lidar com ele de maneira adequada.
Esses indivíduos devem estar em contato com profissionais capazes de lidar com os mesmos como os especialistas em pediatria, neurologia, psiquiatria, psicologia, pedagogia, terapia ocupacional, fisioterapia e outros. A orientação familiar também é um fator fundamental e a base de tratamentos terapêuticos.
Não existem tratamentos ou medicamentos específicos para o autismo, mas é preciso que os indivíduos responsáveis e que convivem com pessoas autistas se emprenhem em ajudar no seu desenvolvimento com competência e compreensão.

2.4.2. Síndrome de Asperger
Esta síndrome está ligada ao autismo, diferenciando-se dele por não causar dificuldades globais no desenvolvimento cognitivo (apreensão do conhecimento) e na linguagem das pessoas. Porém, essa diferença não é suficiente para determinar se um indivíduo é autista ou possui síndrome de asperger, afinal, alguns deles também podem apresentar dificuldades na comunicação, da mesma forma que determinadas crianças autistas também são capazes de desenvolver a fala.
As crianças inicialmente têm um desenvolvimento aparentemente normal, mas, no decorrer dos anos, acabam se tornando monótonas, com características peculiares e apresentam, com frequência, preocupações obsessivas. Sua capacidade de interagir com as outras crianças se torna mínima, pois elas têm um comportamento que caminha no sentido de distanciar-se das pessoas. Sua forma de se vestir também pode parecer estranhamente alinhada e a grande dificuldade de socialização, tende a torná-la solitária.
Indivíduos com essa síndrome também apresentam prejuízos na coordenação motora e na percepção viso-espacial. Comparando-se às demais crianças, eles podem aprender coisas na idade própria, outros cedo demais e alguns podem aprender tarde demais ou apenas quando são cuidadosamente ensinados.
A síndrome de Asperger é considerada por alguns pesquisadores como um tipo de autismo, se diferenciando dele apenas em função de algumas características peculiares como, por exemplo, o desenvolvimento da fala já citado anteriormente.
As medidas para lidar com portadores dessa síndrome se aproximam muito do tratamento destinado aos autistas, já que a melhor maneira de fazê-lo, independente da síndrome ou distúrbio, é através da procura de profissionais especializados, do envolvimento da família e outras.

2.4.3 Deficiência mental
A deficiência mental, também chamada de deficiência intelectual, aponta problemas que se situam no cérebro, causando uma baixa aquisição e produção de conhecimento, ou seja, provocando no sujeito dificuldades de aprendizagem devido ao baixo nível intelectual.
Ela pode ser causada por inúmeros fatores como questões de ordem genética; complicações ocorridas ao longo da gestação, do parto ou nos pós-natais e outros. Esses acontecimentos comprometem as funções intelectuais da criança e tem repercussões para toda a vida.
É importante que não se confunda a deficiência mental como uma doença mental. O portador de necessidades especiais mantém a percepção de si mesmo e da realidade que o cerca, sendo capaz de tomar decisões importantes sobre assuntos da sua vida. Já o doente mental, tem o discernimento comprometido necessitando de apoios maiores no seu cotidiano.
Existe uma parcela entre os portadores de deficiência mental que manifestam algum tipo de ligação com problemas como a síndrome do pânico, a depressão, a esquizofrenia e outros. Isso acontece porque as deficiências mentais podem atingir o comportamento dos indivíduos, já que lesam áreas cerebrais como as responsáveis pelo poder de concentração e o humor.
importante que pessoas com essa deficiência não sejam “bajuladas” por seus familiares, pois esse tratamento pode impedir que elas desenvolvam sua independência, fazendo com que as mesmas sempre precisem de ajuda ainda que para realizarem simples atos, limitando a sua capacidade de se relacionar com a sociedade. Assim, é preciso que se dedique a elas a atenção necessária, dosando-a na medida certa.
Para finalizar, não é desnecessário repetir que, assim como em muitos outros problemas, é preciso adotar cuidados específicos e procurar a ajuda de profissionais especializados.

2.4.4. Síndrome de Down
A síndrome de Down é causada por alterações genéticas que podem ter três origens diferentes:



 Trissomia 21: Esta é a causa mais comum presente na síndrome de Down. As pessoas possuem 47 cromossomos em todas as células. Isso acontece em 95% dos casos.
 Mosaico: Problema genético pouco conhecido caracterizado por uma alteração genética que compromete apenas parte das células, ou seja, algumas células têm 47 e outras 46.
 Translocação: Acontece quando o cromossomo extra do par 21 "gruda" em outro cromossomo. Embora o indivíduo tenha os 46 cromossomos, ele será portador da Síndrome de Down em função desta alteração.
A s cr i a n ç a s p o rta d o ra s d e ssa S í n d r o me a p re se n t a m ca ra c t er í st i c a s co mo :
 Achatamento da parte de trás da cabeça
 Inclinação das fendas palpebrais
 Pequenas dobras de pele no canto interno dos olhos
 Língua proeminente (que forma relevo)
 Ponte nasal achatada
 Orelhas ligeiramente menores
 Boca pequena
 Tônus muscular diminuído
 Ligamentos soltos
 Mãos e pés pequenos
 Pele na nuca em excesso
As crianças que têm síndrome de down possuem a idade cronológica diferente da idade funcional, apresentando imaturidade para aprender determinados conteúdos que indivíduos na mesma faixa etária compreendem. Além disso, elas não desenvolvem estratégias de forma espontânea, encontrando grandes dificuldades para resolver problemas e encontrar soluções sozinhas. Sua imaturidade para a aprendizagem influencia habilidades de memória, o uso de conceitos abstratos, relações espaciais, raciocínio e outras.
No entanto, essas crianças têm possibilidades de se desenvolver, executando atividades diárias e até mesmo construir uma vida profissional. Por isso, deve-se proporcionar ao portador de síndrome de down a promoção de suas capacidades, procurando facilitar ao máximo o desenvolvimento da sua personalidade, a participação ativa na vida social e no mundo do trabalho. Seu processo de ensino-aprendizagem têm que possibilitar a aquisição da autonomia a partir de práticas e procedimentos pedagógicos diferenciados.

Os distúrbios de aprendizagem podem ser classificados em: Distúrbios de Entrada e Distúrbios de Saída.
São Distúrbios de Entrada: Distúrbios de Percepção Visual, Distúrbios de Percepção Auditiva e Distúrbios de Integração.
São Distúrbios de Saída: Distúrbios de Linguagem e Distúrbios de Atividade Motora.
São Distúrbios de saída que podem ser classifcados como sendo de linguagem e/ou de atividade motora: Dislexia, Disortografia, Afasia, Disgrafia, Disartria, Discalculia, Acalculia, Apraxia, Dispraxia, Gagueira e Déficit de Atenção.
 Existem outros problemas que causam dificuldades de aprendizagem como o autismo, a síndrome de down, o baixo QI e outras. Porém esses elementos, ao contrário dos distúrbios, causam dificuldades globais na aprendizagem daqueles que os possuem.